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2012 - Livro Vermelho 2013

Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 19-10-2011

Criterio:

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn. é amplamente distribuída em território nacional e ocorre em diferentes fisionomias vegetacionais do Cerrado. Segundo Oliveira-Filho e Fontes (2000) a espécie pertence à formação florestal Atlântica Semi-Decídua Montana e Sub-Montana do oeste. Existem registros de ocorrência em Matas Ciliares (Guimarães 1997), Veredas em Uberlândia (Araújo et al. 2002), Floresta Semidecíduas em RPPN Fazenda Carneiro (MG, Siqueira et al. 2006), áreas de Cerrado Típico e Cerrado Sujo na Estação ecológica de Águas Emendadas (SNUC; Silva 2007) e Campos Rupestres na Serra de Delfinópolis (MG, Oliveira & Romero 2008). A espécie está protegida por outras unidades de conservação e é cultivada em Jardins Botânicos, além de ser utilizada na arborização urbana (Guizzo & Jasper 2005, Kurihara et al. 2005, Bertoldo et al. 2007). Por estas razões, Tibouchina candolleana (Mart. ex DC.) Cogn. foi considerada sob baixo risco de extinção e classificada como Least Concern (LC).

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Pleroma candolleanum (Mart. ex DC.) Triana;

Família: Melastomataceae

Sinônimos:

  • > Tibouchina candolleana ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Guimarães (1997) cita os seguintes sinônimos para a espécie:Lasiandra candolleana Mart. ex DC.Rhexia candolleana Mart.Tibouchina setulosa Spreng ex Cogn. Nome popular: quaresma (van der Berg; Oliveira-Filho, 2000). Pode ser facilmente diferenciada das outras espécies pela presença de tricomas estrigosos, com ramificações pequenas e por isso denominados dendríticos, nas folhas, hipanto e lacínias. Na folha a face adaxial apresenta tricomas que estão distribuídos nos espaços entre as nervuras, além de nervuras supra-basais (Meyer, 2008).

Potêncial valor econômico

​A espécie possui importância para a apicultura (Amaral, 2010).

Dados populacionais

A espécie é relativamente abundante em áreas de regeneração após perturbação antrópica (Andrade et al., 2005; Campos et al., 2007; Marques et al., 2000), indicando que possui bom recrutamento, sendo indicada para recolonização em áreas exploradas para extração de minérios (Nappo et al., 2004). É uma espécie comum também em áreas não perturbadas (Martins; Goldenber; Semir, 2009), mas pouco comum em áreas de Cerrado Aberto (Silva, 2007).

Distribuição

Espécie endêmica do Brasil, encontrada nas regiões Nordeste, Centro-Oeste (Goiás, Distrito Federal), Sudeste (Minas Gerais) (Guimarães 2010). Guimarães (1997) cita a ocorrência da espécie para a Bahia. No estado do Paraná ocorre apenas sob cultivo sendo utilizada na arborização urbana (Meyer, 2008).

Ecologia

Arvoreta ou árvore de 2 a 9 m de altura (Guimarães, 1997) dispersa pelo vento (Nappo et al., 2004). Ocorre em Cerrado (Guimarães, 2010), em Cerrado Sujo (Silva, 2007), Vereda (Araújo et al., 2002) e Campo Rupestre e Cerrado Sensu Stricto (MG, Silva; Romero, 2008). Encontrada também em áreas de mata, como Floresta Estacional Semi-decídua (Oliveira- Filho; Fontes, 2000; Siqueira; Araújo; Schiavini, 2006) e em Mata Ciliar (Guimarães, 1997). Considerada uma espécie clímax exigente de luz por Marques et al. (2000) , com grande capacidade de regeneração natural. Entretanto, Nappo et al. (2004) considera a espécie como pioneira (MG). Além disso essa espécie pode ser exclusiva às comunidades intermediárias e secas, mais distantes das margens dos córregos e por isso com menor possibilidade de ser protegida pelos 30m previstos na legislação atualmente vigente (Silva Junior, 2001). Apesar da espécie ser anemocórica, há registro que macacos Callithrix penicillata consomem o fruto em matas de galeria do Distrito Federal (Vilela, 2007).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Vulnerável (VU). Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP,2004).

4.4.2 Establishment
Situação: on going
Observações: Encontrada nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Florestal Quedas do Rio Bonito (MG, Marques et al., 2000); Reserva Eológica IBGE (DF), Parque Nacional da Serra da Canastra (MG), entre outras (CNCFLora, 2011).

Usos

Referências

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Como citar

CNCFlora. Tibouchina candolleana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Tibouchina candolleana>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 19/10/2011 - 19:22:48